quarta-feira, 11 de junho de 2014


Depois de fazer o melhor filme de super-heróis de histórias em quadrinhos do cinema – X-MEN 2, de 2003 – o diretor Bryan Singer abandonou o grupo na terceira parte e ensaiou um retorno como produtor de X-MEN: PRIMEIRA CLASSE, outro filmaço dos mutantes, realizado em 2011, com os célebres personagens apresentados em sua juventude. Motivação suficiente para sua volta à cadeira de diretor em X-MEN: DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO, cujo roteiro se vale de uma história originalmente publicada pela Marvel em 1981 - passada em um futuro remoto em que Kitty Pride e alguns poucos outros sobreviventes retornam ao exato momento anterior à destruição maciça dos mutantes através da criação dos robôs sentinelas.

Heróis de rostos consagrados e os novos herdeiros juntos, em uma única produção. Duas linhas narrativas, dois clímax. E embora Singer entregue uma grande diversão, com forte pano de fundo na história mundial, a fascinante ideia de se ter tudo em dobro fica devendo na comparação com seu último filme com os mutantes. Há uma aposta bastante simplista na narração, que cresce com suspense e sem surpresa em direção ao ponto chave: os mutantes se salvarão ou finalmente os homens conseguirão exterminar seus inimigos sobre-humanos? O desequilíbrio entre as duas linhas de ação começa quando, aproveitando ao máximo o momento de superexposição da maior estrela da Hollywood atual, Jennifer Lawrence, o roteiro alça a vilã Mística à protagonista da maior parte da trama – situada no passado em que Wolverine (novamente Hugh Jackman) retorna para convencer os jovens Xavier (James McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender) a desmantelar o esquema do governo com a criação dos robôs que caçam os mutantes. Mística, cujo DNA se transforma em qualquer pessoa, é a chave que a raça humana precisa para combater qualquer poder mutante. Mas a sensação que se tem é de ‘mais do mesmo’: um retorno ao velho e burocrático debate entre as forças politica dos homens e os heróis mutantes (com direito a sequências de ação ao redor da mesa de reunião de figurões da política), agora permeados de pequenos artifícios que costuram ficção e realidade (o assassinato do presidente JFK, a Guerra do Vietnã, a China como a grande potência do futuro) e passado e futuro (personagens em formação, poderes ainda não completamente adquiridos, e a chance de encontrar novos mutantes). É claro que, dentro de um dorso narrativo bem mais comprido, não faltam boas sequencias para a trama em que Wolverine tenta salvar a vida dos mutantes - em especial uma acontecida na cozinha da Casa Branca, com a ajuda de um moleque que se move em velocidade sobre-humana, Peter, brilhantemente filmada por Singer.

O futuro esquecido, abandonado em quase todo o filme, volta com força em seus 40 minutos finais, onde é mantido com incrível tensão. As polarização global entre norte-americanos e chineses se tornam palco dos duelos que podem manter a raça de mutantes em ação ou dizimá-los definitivamente da Terra. Grandes muralhas orientais e ícones do poderio dos EUA se fragmentam diante do embate dos sentinelas e mutantes. A história passa a ganhar novo capítulo e um dos maiores enigmas da humanidade é revelado diante da plateia, após os créditos finais. Caminhos escritos para uma continuação, prometida para 2016. Novamente com Singer como diretor.

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Para ver: X-MEN: DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO (X-Men: Days of a Future Past, 2014, de Brian Singer). Com Hugh Jackmann, James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Halle Berry, Nicholas Hoult, Elen Page, Peter Dinklage, Ian Mckellen, Patrick Stewart, Even Peters
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