No cinema
majoritariamente feminino, ouvia-se de narizes fungandos à soluços
descompassados. Quando a luz da tela deixava a sala escura melhor iluminada era
possível enxergar lágrimas e muitos lencinhos. Em cena, Shailene Woodley e Ansel
Elgort apresentavam as mazelas de suas vidas cheias de destemperanças,
diante da morte iminente, ainda na adolescência. Um casal jovem, uma doença, a
empatia entre os dois, o romance, o sofrimento, os últimos desejos, o
afastamento, a ameaça real da morte, o fato concreto. Todos os elementos estão
dispostos ali, lado a lado, para buscar na plateia o sentimento que endossa a
existência do filme: colocar-se no lugar dos personagens ou estar o mais
próximo possível disso. Afinal, a chegada da morte é a única certeza da vida: “vai
acontecer com todo mundo e qualquer um”, já dizia o poeta. E o cinema
norte-americano parece saber, como ninguém, como usar a sentimentalidade do
público e jogar a favor disso. A CULPA É
DAS ESTRELAS é o perfil de filme que busca as lágrimas, como buscava o bom
e piegas cinema romântico dos anos oitenta feito para chorar: A ESCOLHA DE
SOFIA, A FORÇA DO DESTINO, MARCAS DO DESTINO... entre outros. Os anos noventa
tentou reviver os valores em alguns momentos, a última década também trouxe
seus exemplares chorosos no qual, sem entrar na avaliação de seus valores cinematográficos,
é quase impossível negar: são todos “filmes de mulherzinha”. E tendo um público
direcionado, sabe-se que o filme de Shailene e Ansel, em tela interpretando os
famosos Hazel Grace e Gus do best-seller literário homônimo, tem todo seu ciclo
da narração caminhando por esse terreno choroso. É marcar no relógio: depois da
primeira hora, mesmo sendo você o mais durão de todos, vai ficar sensibilizado
com a história. Se for chorão, nem adianta tentar segurar as lágrimas que elas
vão chegar. E, para quem aprecia no Cinema essa sua capacidade de nos colocar
em contato com sensações que nem sempre esbarramos no dia-a-dia, o filme é um gracioso
deleite.
sexta-feira, 27 de junho de 2014
quinta-feira, 26 de junho de 2014
domingo, 22 de junho de 2014
Todas
as sacanagens fazem parte, basicamente, de dois universos: a família do casal
vivido por Seth e Rose, pais da recém-nascida Stella; e a fraternidade dos
universitários em que Zac e Dave presidem, que se mudam pra casa ao lado. As
piadas, logicamente, rondam esses dois cenários e os conflitos que existem entre
eles. Esquematicamente, o roteiro percorre uma sequência bastante lógica (‘apresentação
do casal’, ‘apresentação dos universitários’, ‘tentativa de convivência’ e ‘guerra
declarada’) que faz com que as piadas tenham boa fluência dentro das ações – o diretor
chega a ensaiar alguns ótimos momentos com a câmera, como por exemplo,
recriando a sensação de se estar bêbado e caminhar por um corredor estreito e
cheio de luzes. A entrega de Seth, Rose, Zac e Dave aos papéis é impressionante
– especialmente o casal. Os dois estão impecáveis como os pais divididos entre
vida de adulto e o gozo das delícias da juventude sem cobranças (o duelo entre
os dois estilos de vida é o grande assunto do filme, que também é construído a
partir do olhar dos garotos, o que torna a produção ainda mais especial).
Apesar de mirar no público masculino, VIZINHOS é capaz de divertir aos montes qualquer espectador, desde que esqueça seus brios e pudores do lado de fora da sala de cinema.
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Para ver: VIZINHOS (Neighbors, 2014, de Nicholas Stoller). Com Seth Rogen, Rose Byrne, Zac Efron, Dave Franco, Christopher Mitz-Plasse.
Apesar de mirar no público masculino, VIZINHOS é capaz de divertir aos montes qualquer espectador, desde que esqueça seus brios e pudores do lado de fora da sala de cinema.
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quarta-feira, 11 de junho de 2014
Heróis de
rostos consagrados e os novos herdeiros juntos, em uma única produção. Duas
linhas narrativas, dois clímax. E embora Singer entregue uma grande diversão, com
forte pano de fundo na história mundial, a fascinante ideia de se ter tudo em
dobro fica devendo na comparação com seu último filme com os mutantes. Há uma
aposta bastante simplista na narração, que cresce com suspense e sem surpresa em
direção ao ponto chave: os mutantes se salvarão ou finalmente os homens conseguirão
exterminar seus inimigos sobre-humanos? O desequilíbrio entre as duas linhas de
ação começa quando, aproveitando ao máximo o momento de superexposição da maior
estrela da Hollywood atual, Jennifer
Lawrence, o roteiro alça a vilã Mística à protagonista da maior parte da
trama – situada no passado em que Wolverine (novamente Hugh Jackman) retorna para convencer os jovens Xavier (James McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender) a desmantelar o
esquema do governo com a criação dos robôs que caçam os mutantes. Mística, cujo
DNA se transforma em qualquer pessoa, é a chave que a raça humana precisa para
combater qualquer poder mutante. Mas a sensação que se tem é de ‘mais do mesmo’:
um retorno ao velho e burocrático debate entre as forças politica dos homens e
os heróis mutantes (com direito a sequências de ação ao redor da mesa de
reunião de figurões da política), agora permeados de pequenos artifícios que
costuram ficção e realidade (o assassinato do presidente JFK, a Guerra do
Vietnã, a China como a grande potência do futuro) e passado e futuro
(personagens em formação, poderes ainda não completamente adquiridos, e a
chance de encontrar novos mutantes). É claro que, dentro de um dorso narrativo
bem mais comprido, não faltam boas sequencias para a trama em que Wolverine
tenta salvar a vida dos mutantes - em especial uma acontecida na cozinha da
Casa Branca, com a ajuda de um moleque que se move em velocidade sobre-humana, Peter,
brilhantemente filmada por Singer.
O futuro esquecido, abandonado em quase todo o filme, volta com força em seus 40 minutos finais, onde é mantido com incrível tensão. As polarização global entre norte-americanos e chineses se tornam palco dos duelos que podem manter a raça de mutantes em ação ou dizimá-los definitivamente da Terra. Grandes muralhas orientais e ícones do poderio dos EUA se fragmentam diante do embate dos sentinelas e mutantes. A história passa a ganhar novo capítulo e um dos maiores enigmas da humanidade é revelado diante da plateia, após os créditos finais. Caminhos escritos para uma continuação, prometida para 2016. Novamente com Singer como diretor.
O futuro esquecido, abandonado em quase todo o filme, volta com força em seus 40 minutos finais, onde é mantido com incrível tensão. As polarização global entre norte-americanos e chineses se tornam palco dos duelos que podem manter a raça de mutantes em ação ou dizimá-los definitivamente da Terra. Grandes muralhas orientais e ícones do poderio dos EUA se fragmentam diante do embate dos sentinelas e mutantes. A história passa a ganhar novo capítulo e um dos maiores enigmas da humanidade é revelado diante da plateia, após os créditos finais. Caminhos escritos para uma continuação, prometida para 2016. Novamente com Singer como diretor.
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Para ver: X-MEN: DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO (X-Men: Days of a Future Past, 2014, de Brian Singer). Com Hugh Jackmann, James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Halle Berry, Nicholas Hoult, Elen Page, Peter Dinklage, Ian Mckellen, Patrick Stewart, Even Peters
sexta-feira, 6 de junho de 2014
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Para ver: EU, MAMÃE E OS MENINOS (Les garçons et Guillaume, à table!, 2013, de Guillaume Gallienne). Com Guillaume Gallienne, André Marcon, Françoise Fabian, Diane Kruger.
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