sexta-feira, 29 de julho de 2016



Charlotte, a personagem de Scarlett Johansson, chegando em Tóquio em cena de Encontros e Desencontros, de 2003.


quinta-feira, 28 de julho de 2016

DOIS CARAS LEGAIS, dirigido por Shane Black. Estreou nos cinemas do Brasil em 21/07/2016 e passou no último Festival de Cannes, em maio, de onde saiu bem elogiado - o que, confesso, não entendi. O diretor aposta em um filme de dupla masculina (como já tinha feito em Beijos e Tiros, de onze anos atrás) para atingir especialmente o público masculino que busca comédia e ação. Russell Crowe é o macho truculento que bate para depois perguntar enquanto Ryan Gosling é o macho paspalhão mas espertinho. Os dois são investigadores que estão atrás de um mesmo caso, o desaparecimento de uma atriz pornô no auge da indústria dos anos 70. Um prato cheio para versar sobre brutalidade e sexo (dois clichês adorados pelo público masculino). Mas falta nudez, gente pelada. Falta sangue, nariz quebrado. Sobram boas intenções (que quase nunca vingam) e da relação entre os atores surgem algumas boas piadas.  Mas só.


sábado, 23 de julho de 2016

THOSE PEOPLE, dirigido por Joey Kuhn. Estreou nos EUA em Maio/2016. Se eu tivesse que fazer uma associação deste filme com qualquer outra coisa do mundo, certamente seria a canção "Carter and Cash" do Tor Miller. E acho que não haveria nenhuma outra maneira (ok, certamente hajam outras) para descrever a trama e o sentimento que dela se extrai. Filme (e por que não música?) retratam a história de Charlie e Sebastian, dois jovens amigos de infância que curtem suas juventudes ("and all the while the world") com um festeiro grupo de amigos ("running wild, trying to set myself free"na cidade de Manhattan ("we'll paint the town until it all burns down"). Charlie é um talentoso artista que se apaixona ("caught in a fever that's so pure and true") pelo amigo riquinho e solitário. As antíteses artista x riquinho vão ser exploradas ao máximo ao longo do filme, resultando em sonhos desfeitos - "fleeting dream"- e em um coração partido que nunca desiste - "heartbeat like it never could stop". Sebastian condiciona Charlie às suas vontades ("don't worry girl, I'll always gonna be around"), até que Charlie conhece Tim e percebe (talvez não com tanta clareza) que precisa se afastar pra poder seguir com sua vida adiante ("I walked away, never look back"). Uma daquelas triviais e deliciosas histórias de amor que podem ou não ter um final feliz, abrindo os olhos para o que realmente importa: a vontade de viver o sentimento que existe dentro da gente (como Celine abriu os olhos de Jesse em Antes do Amanhecer - "Se há algum tipo de magia nesse mundo... deve estar na busca de compreender alguém, compartilhar algo. Eu sei, é quase impossível conseguir, mas... quem se importa realmente? A resposta deve estar na busca").

quinta-feira, 21 de julho de 2016


Richard Gere e Julia Roberts em cena de Uma Linda Mulher, dirigido por Garry Marshall em 1990.


AVE, CÉSAR!, dirigido por Joel e Ethan Coen. Estreou nos cinemas do Brasil em Abril/2016. Ao longo dos últimos 30 anos, os irmãos Coen tem realizado algumas das melhores sátiras e filmes de humor negro, recheados de personagens densos e excêntricos, em tramas cujo absurdo empurra as obras em direção à traços de genialidade (Fargo e Queime Depois de Ler são bons exemplos). Há 12 anos eles erraram a mão com Matadores de Velhinha. Agora repetem o erro com seu filme mais recente (a primeira comédia depois de uma sequência de três obras dramáticas). Em uma homenagem ao cinema da década de 50 em Hollywood, o filme retrata o dia-a-dia de um "protetor" das grandes estrelas dos estúdios, que tenta resolver as futilidades que surgem enquanto o astro Baird Whitlock (vivido por George Clooney) é sequestrado por uma facção 'comunista'. O filme abre espaço para a reprodução de esquetes de produções típicas da Era de Ouro de Hollywood, como os musicais aquáticos de Esther Williams e os famosos números de dança de Gene Kelly e Fred Astaire. Alguns se sobressaem, outros beiram o tédio. Destaque para o elenco feminino: as participações de Frances McDormand, Tilda Swinton e Scarlett Johansson são primorosas.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

THE INVITATION, dirigido por Karyn Kusama. Disponível no Netflix. Surpreendente suspense americano, contado por extrema habilidade pela diretora. A história acontece em uma única noite, durante um jantar oferecido pelo casal Eden e David a seus amigos, inclusive ao ex-marido da mulher, o protagonista Will (papel do ator Logan Marshall-Green), na casa em que os dois viveram enquanto casados. Durante o evento, estranhos fatos começam a acontecer, conduzindo a plateia a duas possíveis interpretações dos fatos: um jogo perturbador armado pelos excêntricos anfitriões ou uma alucinação do protagonista (que aparentemente nunca lidou muito bem com a separação). A diretora constrói as situações de modo bastante inquietante e tenso, ainda que sem grandes alardes - possivelmente este o maior mérito do filme. O espectador se vê preso em desvendar aquilo que está vendo e não ocasionalmente se verá mudando a aposta sobre o que acredita estar acontecendo. E quando tiver certeza... bam! Excelente filme, com um final apoteótico.